
A natureza humana sempre foi viver na escassez de alimento. Nosso organismo desenvolveu mecanismos de sobrevivência nesse meio. Esses mecanismos favorecem a retenção/ armazenamento de energia e, portanto, o ganho de peso. Ou seja, para a maioria das pessoas sempre vai ser mais fácil ganhar peso do que perder.
Nosso corpo recebe uma espécie de marca d’água do maior peso que já tivemos, isto é, esse peso fica registrado em nosso organismo para sempre. Para ilustrar essa ideia, imaginemos dois indivíduos diferentes: Um deles sempre pesou 70 kg – peso normal para ele -, e o outro hoje tem 70 kg , mas no passado já esteve com 100 kg. Existe alguma diferença entre eles? Com certeza existe. Seus metabolismos são completamente diferentes. Mas diferentes como?
O ponto central é que o indivíduo que já chegou nos 100 kg tende a ganhar peso com muito mais facilidade em comparação com o outro. O organismo dele entende que o peso normal dele é 100kg, e não 70. A tendência é que quanto mais abaixo do seu maior peso já registrado, maior é o desafio de mantê-lo neste peso. Esse dado histórico é de suma importância na avaliação, pois impacta profundamente no planejamento e resposta ao tratamento, no ritmo de perda do peso, necessidade ou não de associações medicamentosas, tempo necessário de medicamentos, entre várias outras decisões importantes.